![destaques2_254689_020214_202647](http://impedimento.org/wp-content/uploads/2014/02/destaques2_254689_020214_202647.jpg)
Não há nenhuma mentira nas palavras acima. Mas, com o perdão do palavreado chulo, foda-se, caguei. Hoje é segunda-feira, o Palmeiras venceu ontem o São Paulo por 2 a 0, no primeiro clássico do Campeonato Paulista, poderia ter feito mais, e o torcedor palmeirense, pelo menos até o próximo jogo, tem o direito, quiçá o DEVER, de se permitir ficar feliz sem pensar em ressalvas.
Todos sabem que a filósofa contemporânea KÁTIA tem uma boa definição para o status quo do palmeirense nos últimos tempos: não está sendo fácil. Ao título da Copa do Brasil de 2012 seguiu-se um novo rebaixamento; em 2013, o título da Série B veio com gosto de obrigação e temperado pelas amargas eliminações no Paulista, na Libertadores e na Copa do Brasil. Foi um ano marcado por palavras como alívio, rancor, mágoa, ressentimento, mau humor e tantos quantos sentimentos negativos que os distintos leitores possam enumerar. Eu mesmo empurrei com a barriga, deliberadamente, dois textos pedidos pela ImpedCorp, um ainda no ano passado, sobre a renovação de Gilson Kleina, e outro neste ano, com as perspectivas para o centenário. Estava amargurado demais.
“Pô, Cesarotti, mas você que é tão ranzinza vai amolecer com uma vitória contra o São Paulo?” Bom, não é só por isso. Ainda há muitas coisas erradas no Palmeiras: dívidas passadas que aparecem do nada, comissões e contratações não pagas, falta de patrocinador, a anabolização forçada do Avanti, o programa de sócio-torcedor, à custa de CALHAU na camisa e ingressos pela hora da morte para o torcedor “comum”, a inexplicável presença do Felipe Menezes no elenco e em campo.
Mas é inegável, também, que há avanços. Reforços chegaram e Kleina parece ter acertado um estilo de jogo, senão de encher os olhos, inegavelmente eficaz – que MOEU o São Paulo durante os 90 minutos e conquistou uma vitória tranquila. Mostrou que, embora tenha ido bem, ainda pode evoluir, e ainda deu razão a minhas palavras do ano passado, de que era um desperdício um time ruim como aquele do São Paulo não ter sido rebaixado.
Acima de tudo, foi uma vitória simbólica. No ano do centenário, vencemos nosso primeiro clássico justamente contra um dos maiores rivais, o inimigo preferido, no mesmo Pacaembu de onde eles fugiram de campo certa vez.
Deixemos a corneta de lado por ora. Pelo menos até o próximo jogo, temos o direito de sorrir.
(Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras)